Corregedoria absolve vereador do palacete
Relatório de Milton Leite (DEM) que nega punição
a Ushitaro Kamia tem aprovação unânime
Diego Zanchetta
Investigado por omitir de sua prestação de contas mansão avaliada em R$ 1,9 milhão, o vereador Ushitaro Kamia (DEM) foi absolvido por unanimidade pela Corregedoria da Câmara Municipal. O relatório do colega de partido Milton Leite teve apoio e a assinatura dos parlamentares Alfredinho (PT), Claudinho (PSDB), Ítalo Cardoso (PT) - que substituiu Antonio Donato (PT) -, Ricardo Teixeira (PSDB) e Quito Formiga (PR). O corregedor Wadih Mutran (PP) não vota.
O palacete construído na Serra da Cantareira, na zona norte, estava em nome de um cunhado, apesar de Kamia admitir posse do imóvel. Para tentar se livrar de punições da Câmara e do Ministério Público, o vereador fez atualização na Receita Federal no final de abril e colocou o imóvel entre seus bens declarados. “O imóvel também já apareceu nas declarações do vereador de 1993. O processo foi técnico do ponto de vista de Receita, já que o vereador ratificou sua declaração”, afirmou Leite.
Apesar de outros cinco membros da Corregedoria terem votado pela absolvição do colega, conforme apurou a reportagem, ninguém quis falar sobre o caso. Teixeira chegou a negar a assinatura: “Não, fiquei só discutindo a questão dos (ônibus) fretados esses dias. Não assinei ainda”.
Kamia já foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral por falsidade ideológica no caso do imóvel. Antes da eleição de 2008, Kamia declarou possuir apenas um apartamento e três veículos, que somavam R$ 198,7 mil.
No mês passado, ao tomar conhecimento de que o ‘palacete imperial’ de 395 m² pertencia ao vereador, o MP abriu inquérito civil eleitoral e pediu perícia do imóvel. Técnicos avaliaram o terreno de 468 m² em R$ 320 mil. Somado às benfeitorias - 4 dormitórios (3 suítes e uma sala íntima), sala de visitas, escritório, sala de estar e de jantar, copa, lavanderia, vestiário e área descoberta com piscina, fonte, mirante coberto e garagem para 4 carros - o imóvel de 4 andares foi avaliado em R$ 1,9 milhão pelos peritos. Kamia não foi encontrado para falar da absolvição.
Com a decisão, a Corregedoria mantém histórico de - desde sua criação em 2003 - não ter levado nenhum vereador à punição, em 11 casos analisados.
Fonte: Jt
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