Cidadão paulistano até para Fernando Haddad - José Police Neto foi um dos que mais apresentou projetos de homenagens

Uma semana após autorizar a Prefeitura a doar um terreno de R$ 20 milhões para o Instituto Lula, a Câmara Municipal de São Paulo coloca em votação, a partir das 15 horas desta quarta-feira, 2, um projeto que concede título de cidadão paulistano ao candidato do PT ao governo municipal, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad. Se for aprovada, a concessão do título será feita com sessão solene seguida de coquetel no Palácio Anchieta.  

O projeto não tem acordo entre todas as 14 bancadas da Casa. 
O líder do PSDB, Floriano Pesaro, e Gilberto Natalini (PV) são contrários e prometem obstruir a votação. Na volta após o feriado, os vereadores só colocaram na pauta da sessão extraordinária nomeações de ruas e concessões de títulos. Há mais de um mês os parlamentares não conseguem acordo para votar projetos com mudanças urbanísticas ou em leis da cidade. As discussões no plenário se limitam quase sempre aos desdobramentos recentes nas campanhas dos candidatos José Serra (PSDB) e Haddad (PT). O título para Haddad foi proposto pelo vereador Francisco Chagas (PT), um dos parlamentares petistas que defendeu a aliança com o PSD do prefeito Gilberto Kassab. Entre os 11 parlamentares da bancada do PT,

 Chagas sempre foi um dos mais próximos do prefeito e nunca obstruiu a votação de seus projetos polêmicos. A homenagem a Haddad também é uma tentativa de o parlamentar amenizar seu desgaste dentro do partido – Chagas não fez oposição alguma ao governo Kassab nos últimos quatro anos. À frente do projeto que concede a honraria para Haddad, está a proposta de Agnaldo Timóteo (PR) que concede Medalha Anchieta e Diploma de Gratidão da Cidade para o apresentador da TV Record, Rodrigo Faro. 

Caso seja aprovado, as duas homenagens também serão entregues em sessão solene, com realização de coquetel no restaurante que funciona no subsolo do Palácio Anchieta Campanha. Com os vereadores já em campanha nos seus redutos eleitorais, as sessões extraordinárias, realizadas duas vezes por semana, estão cada vez mais esvaziadas. Em contrapartida, os parlamentares têm intensificado a concessão de títulos e a realização de festas na sede do Palácio Anchieta. Nos primeiros 80 dias de trabalho deste ano, vereadores que vão tentar a reeleição em outubro realizaram 45 sessões solenes, a maior parte delas seguidas de coquetel, como mostrou reportagem do Estado há duas semanas.


 É mais que o dobro das 21 solenidades realizadas no mesmo período de 2011. Quem paga a conta de bandejas de prata, certificados em pergaminho italiano e placas de homenagens distribuídas é o contribuinte paulistano. A presidência da Câmara defende a realização das sessões solenes e avalia que é comum a apresentação de projetos de honrarias no último ano de mandato, já que os 55 vereadores têm direito a apresentar oito concessões de títulos ou homenagens durante os quatro anos de mandato. Os vereador que mais apresentou projeto de homenagens este ano foi Floriano Pesaro, com cinco, seguido por Eliseu Gabriel (PSB) e José Police Neto (PSD), com quatro cada.

 [Fonte]


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