Política e protestos - um inicio difícil


Festa, protesto e participação de boa parte da elite política e intelectual do Estado de São Paulo e de um bom público marcaram a reinauguração da Biblioteca Mário de Andrade, a mais importante da maior cidade do Brasil e segunda maior do país, na tarde desta terça-feira (25), em meio às comemorações dos 457 anos da fundação de São Paulo. Muitas pessoas aproveitaram o feriado para se cadastrar na Biblioteca Circulante e consultar o acervo aberto.

O governador Geraldo Alckmin, o prefeito Gilberto Kassab, a ministra da Cultura Ana de Hollanda e o secretário municipal da Cultura Carlos Augusto Calil, além do ex-prefeito, ex-governador e candidato derrotado à presidência José Serra, estiveram na cerimônia. Escritores como Lygia Fagundes Telles e Ignácio de Loyola Brandão, intelectuais e acadêmicos também marcaram presença.

Em seu discurso, Kassab disse: "nossa gestão tem a digital do Serra em todo o canto, e o Calil é uma delas. Uma pessoa extremamente dedicada, até mal humorada às vezes, mas que com certeza vai deixar sua marca, principalmente pelo esforço na preservação e revitalização de equipamentos culturais importantes como a Biblioteca Mário de Andrade."

Revitalização do centro
O secretário municipal da Cultura enfatizou a importância da biblioteca dentro do esforço maior de revitalização do centro da cidade através da cultura. "Hoje é o dia da reabertura da biblioteca da cidade. Um amigo veio me dizer que não agüentava mais ver essa biblioteca fechada. É essa a importância deste local para a comunidade acadêmica e intelectual, e para a população de São Paulo. Apesar de esforços de outras administrações da Secretaria da Cultura, como a de Marilena Chauí na gestão de Luiza Erundina, a biblioteca estava em decadência aguda. Foi tratada como uma biblioteca de bairro, em paralelo com a decadência do próprio centro. Com a inauguração da Cidade Universitária a população intelectual se debandou para o Butantã, e passou a habitar outra cidade. Portanto, a reforma da Mario de Andrade se insere no nosso esforço para a revitalização do centro da cidade, que é patrimônio de todos os paulistanos. Também revitalizamos a praça Dom José Gaspar, a mais acolhedora das praças do centro, estamos reformando o Theatro Municipal e fazendo diversas ações nesta região conhecida como a Cinelândia Paulistana", afirmou Calil.

Ele também aproveitou para cobrar da ministra Ana de Hollanda maior empenho do governo federal na preservação da Mário de Andrade. "Esta biblioteca não é local, ela tem importância nacional. Não pretendemos rivalizar com a Biblioteca Nacional, mas é a segunda maior biblioteca do país e precisa ser reconhecida como tal, para escapar das contingências da política local. Com representantes das três esferas de governo, municipal, estadual e federal, peço enfaticamente que mantenham e ampliem o financiamento da Biblioteca Mário de Andrade."

Calil ainda louvou o ex-prefeito e ex-governador José Serra como o idealizador da reforma da biblioteca. "A Serra o que é de Serra", declarou. A ministra garantiu apoio do governo federal para a preservação e ampliação do acervo da biblioteca, e prometeu que em sua gestão haverá maior integração entre a Biblioteca Nacional, fundações e bibliotecas espalhadas pelo Brasil, inclusive a Mário de Andrade.

Protesto
Pouco antes do discurso de Ana de Hollanda, quando Kassab apresentava o presidente da Câmara Municipal, o vereador José Police Neto (PSDB), irrompeu o protesto dos estudantes que fazem parte do Movimento pelo Passe Livre, contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo. Eles entraram no hall da biblioteca, onde acontecia a cerimônia, com cartazes e começaram a cantar palavras de ordem. Houve tumulto e uma suposta agressão de um dos manifestantes provocou reação da segurança, que o imobilizou. Ele foi retirado do local pela Polícia Militar e encaminhado à delegacia.

Antes, no momento em que o governador Geraldo Alckmin fazia seu breve discurso, um dos presentes entoou um poema em homenagem a Mário de Andrade, e foi aplaudido por alguns presentes. Ao final da cerimônia, houve uma sessão de autógrafos da segunda edição do livro Memória Paulistana, da Imprensa Oficial do Estado, organizado pelo secretário Carlos Augusto Calil.


[Fonte]


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