A volta de Auschwitz da Zoonose de São Paulo

A prefeitura tem dinheiro para tudo, menos para a saúde pública.

Por falta de espaço adequado e alimentação, o Centro de Controle de Zoonose de São Paulo, ligado a Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), não está recolhendo os cães abandonados pelas ruas de São Paulo. A informação é da assessora da presidência do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-SP) Tatiana Ferraz e Silva Pelucio e foi dada aos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para Averiguar e Apurar Eventual Deficiência no Desempenho da Covisa, reunidos, nesta terça-feira (30/03), no Plenário da Câmara Municipal.

De acordo com a representante do conselho, a existência de grande quantidade de animais soltos pelas ruas coloca em risco a saúde da população, principalmente pelos cães contaminados pela leishmaniose viceral, além de outras doenças transmitidas do animal para o homem e que podem ser fatal.

Tatiana esclareceu que com a nova legislação que proíbe a eutanásia de animais houve uma superlotação de animais nos depósitos do Centro de Controle de Zoonose (CCZ). “As informações que chegam ao conselho é que, além da falta de espaço, não há alimentos em quantidade suficiente, o que está provocando sofrimento aos animais”.



Ela entende que “o recolhimento desses animais deve continuar, mas é necessário que haja um local para deixá-los ou realizar um programa de adoção ou retornar a eutanásia, pois deixá-los na rua é muito perigoso”.



O Conselho Regional de Medicina Veterinária esclarece que não é a favor da eutanásia de animais saudáveis. Destaca que é contra a Lei que proibiu a eutanásia, tendo em vista que a lei entrou em vigor sem que houvesse um planejamento dos municípios do Estado de São Paulo, o que está levando a um grande acúmulo de animais nos centros de zoonoses, fazendo com que eles vivam aglomerados, totalmente sem espaço adequado, sem contar a falta de alimento para os animais.



O CRMV-SP entende que isso acaba promovendo um sofrimento muito grande aos animais, bem maior do que a realização da eutanásia. O órgão defende que a eutanásia deveria ser proibida apenas quando os municípios tivessem condições adequadas para abrigar os animais recolhidos nas ruas, bem como alimento necessário para todos eles, poupando-os de sofrimento.



Mesmo com as explicações, o vereador Aurélio Miguel (PR), presidente da CPI, se mostrou contrário a eutanásia. “É um absurdo sacrificar animais saudáveis para acomodar melhor os cães. O Poder Público tem o dever de arrumar um local adequado para abrigar os animais”, disse.



O vereador Jamil Murad (PCdoB) também não gostou do que ouviu a respeito do CCZ. “Acho muito grave. O Conselho de Veterinária mostrou que o Poder Público precisa tomar providência para resguardar a saúde da população, pois os cães ficam vagando pelas ruas porque não há locais para abrigá-los”.



Na opinião do parlamentar, se a legislação proíbe a eutanásia, o Poder Público deveria tomar providência para conseguir locais mais amplos para colocar os cães.



Veterinária não é prioridade para Covisa



Após prestar esclarecimentos à CPI, Tatiana afirmou que “um dos maiores problemas é que a veterinária não uma prioridade para a Covisa. O ideal seria que houvesse um setor dentro da Covisa que fosse mais específico para essa área de veterinária, para inspeção e fiscalização de estabelecimentos veterinários, como também criar um Serviço de Inspeção Municipal de carne, leite e de produção de alimentos de origem animal”.



Aurélio Miguel também lamentou a falta de fiscalização municipal na produção e comercialização de alimentos de origem animal.



Simone Lisot, superintendente geral do Conselho de Farmácia do Estado de São Paulo, também se queixou da dificuldade de acesso às informações com a Covisa. “Por diversas vezes convidamos a Covisa para participar, como parceira, de fiscalizações, mas seus técnicos não comparecem, nem nos cursos de capacitação dos nossos técnicos”, declarou.

Participaram da reunião os seguintes vereadores: Aurélio Miguel (PR), José Police Neto (PSDB), Jamil Murad (PCdoB), José Ferreira Zelão (PT), Paulo Frange (PTB), Milton Ferreira (PPS) e Sandra Tadeu (DEM). Com informações da CMSP.

[Fonte]


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