Projeto Lei sobre horário de jogos é adiada

O projeto de lei que limita o horário para o fim dos jogos de futebol em São Paulo retorna à pauta de votações da Câmara Municipal na próxima terça-feira. Vereadores das comissões de Constituição e Justiça e de Educação, Cultura e Esportes esvaziaram o quórum ontem, para evitar um posicionamento, em jogo de cena que começou antes da reunião, com as substituições de Carlos Bezerra Júnior, líder do PSDB e Celso Jatene, do PTB.

O líder do governo, José Police Neto, entrou na Comissão de Constituição e Justiça, no lugar de Bezerra, e Wadih Mutran na de Esportes, na ausência de Jatene. No dia 1º de abril, o prefeito Gilberto Kassab vetou a proposta alegando que o assunto não é da alçada do município. O projeto de lei 564/06, dos vereadores Antonio Goulart e Agnaldo Timóteo, foi aprovado por 43 votos a favor, dois contra e três abstenções.


O veto do prefeito Kassab chegou à Câmara no dia 5 de abril e, desde então, José Police Neto adota manobras protelatórias para evitar a votação, pedindo o adiamento da discussão com a promessa de que vai apresentar um novo projeto sobre o tema. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Ítalo Cardoso, do PT, avaliou que o horário dos jogos de futebol é de interesse público:

A reunião conjunta de ontem foi marcada para que finalmente a Casa expusesse seu parecer sobre o veto do prefeito Kassab. A articulação de Police Neto convenceu, naturalmente, os governistas mas, estranhamente, os vereadores da oposição, da bancada do PT. Votaram pelo adiamento os petistas João Antonio e Alfredinho assim como Ushitaro Kamia, do DEM, Floriano Pesaro, do PSDB e Gabriel Chalita, do PSB.

Seguiram a mesma linha o presidente da Comissão de Esportes, Claudinho de Souza, do PSDB, Netinho de Paula, do PC do B, e Wadih Mutran, do PP. Em entrevista ao repórter Marcelo Mattos, o relator na Comissão de Esportes, Claudio Fonseca, do PPS, explicou como o "jogo de cena" foi arquitetado. Ele apresentou parecer favorável à derrubada do veto do prefeito Gilberto Kassab na Comissão de Educação, Cultura e Esporte.

Mesmo votando pelo adiamento, João Antonio também apresentou parecer favorável à derrubada do veto na Comissão de Constituição e Justiça mas, com as abstenções de Claudinho de Souza e Wadih Mutran, não houve quórum suficiente na deliberação da Comissão de Esportes. Um dos autores do projeto, Agnaldo Timóteo, do PR, disse a André Aguiar que saiu da reunião com a sensação de ter sido apunhalado pelas costas.

O vereador Wadih Mutran, que substituiu Celso Jatene, na Comissão de Esportes, cumpriu à risca as determinações do governo. Além de solicitar o adiamento da votação nas comissões, sempre procurou tumultuar a reunião em favor da obstrução dos trabalhos. A manobra ia sendo colocada em prática, mas os vereadores queriam passar a imagem de que, ao mesmo tempo, estavam preocupados com a população.

O vereador Agnaldo Timóteo afirmou que, a exemplo do prefeito Gilberto Kassab, seus colegas também "pipocaram". No pronunciamento em plenário, ele ressaltou que o prefeito e os vereadores da Câmara de São Paulo têm medo da Rede Globo. O parlamentar do PR, um dos autores do projeto, assegurou que o população não perdoará a Câmara, caso isto fique comprovado.

Agnaldo Timóteo pediu que a Rede Globo demonstre respeito aos cidadãos, adequando a sua grade de programação, pelo menos uma vez por semana. O vereador destacou que a emissora deveria ter humildade e fazer a alteração em benefício da população de São Paulo e do Brasil. Carlos Apolinário, líder do DEM, partido do prefeito Kassab, criticou os colegas pela falta de posicionamento e por empurrarem a questão com a barriga.

Ele explicou que, na próxima terça-feira, os autores poderão pedir "preferência" para a votação do veto, o que será decido pelo plenário. As audiências públicas sobre o assunto foram acompanhadas de perto pelas associações de moradores, que saíram frustradas ontem da Câmara. Márcia Vairolete, da Associação dos Moradores do Morumbi, observou que os vereadores não estão pensando na população.

E os torcedores que foram assistir Corinthians e Independiente Medellín ontem, no Estádio Paulo Machado de Carvalho reclamaram do horário do jogo. Para todos eles, é muito fácil atender ao bem-estar dos torcedores. Mesmo sem o parecer das comissões, o veto do prefeito Gilberto Kassab retorna à pauta na próxima terça-feira, dia 27.

Pelo artigo 365 do Regimento Interno, apesar da omissão dos vereadores, o veto irá para votação. Para que seja votado na terça-feira, o vereador Agnaldo Timóteo promete solicitar "prioridade" na discussão. Caberá ao plenário da Casa, o mesmo que concedeu 43 votos favoráveis e dois contrários, se posicionar novamente.


[Fonte]


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